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O Novo e Último Álbum de Amy Winehouse

Quem aguardava ansiosamente pelo último trabalho da diva Amy Winehouse, Amy Winehouse Lioness: Hidden Treasure, talvez tenha se decepcionado. O álbum foi lançado no início de dezembro de 2011 e conta com 12 faixas. Apesar de ser uma cantora super talentosa, dona de uma voz exuberante, digna das cantoras de blues e Jazz, neste disco Amy deixou a desejar…

No todo as músicas são muito boas, algumas novas versões de Valerie e Wake Up Alone valem a pena, assim como a versão de Garota de Ipanema:

A primeira impressão foi de que os produtores e a gravadora “juntou” todo material inédito para lançar, cinco meses após sua morte, um disco novo no mercado.  Depois de  todos os problemas de saúde da cantora é difícil imaginá-la lúcida em um estúdio para gravar um novo álbum, mesmo com tanta espera do público e da crítica. Bom, ele pode não ter superado as expectativas, mas continua sendo um trabalho de Amy Winehouse, ou seja, vale muito a pena ouvir!

A Voz de Caro Emerald

Com um estilo super retrô de se vestir, o que inclui belos arranjos de cabelo que se destacam no palco,  Caro exala simpatia e talento enquanto canta e encanta com sua voz suave e melodiosa, mas ao mesmo tempo forte, que lembra as grandes divas do Jazz.

Nascida no dia 26 de abril de 1981 em Amsterdã, começou sua carreira em 20o9 com o single Back It Up. Caroline van der Leeuw, ganhou vários prêmios entre 2010 e 2011 como melhor cantora e seu primeiro álbum, Deleted Scenes from the Cutting Room Floor, foi o mais vendido em 2010 nos países baixos.

Caro faz uma combinação perfeita de Jazz, Blues e Pop que contagia. Todas as músicas do disco são boas e gostosas de ouvir e quando você percebe já está cantarolando.

Dia de Blues…

O bom e velho BLUES sempre é bem vindo para dar mais inspiração aos nossos dias!

Música do Dia: Etta James – At Last

Uma das vozes mais importantes do Blues/Jazz, as canções de Etta embalaram e ainda embalam casais românticos de todo o mundo! Eterna Diva.

At last my love has come along
My lonely days are over
And life is like a song

Ohh yeah yeah
At last
the skies above are blue
My heart was wrapped up in clover
The night I looked at you

I found a dream, that I could speak to
A dream that I can call my own
I found a thrill to press my cheek to
A thrill that I have never known

Ohh yeah yeah…
You smile, you smile
oh And then the spell was cast
And here we are in heaven
For you are mine at last

Memphis Blues – O Novo Álbum de Cyndi Lauper

Enquanto Lady Gaga e Christina Aguilera (apenas para citar algumas) fazem mais do mesmo bebendo na fonte de Madonna e David Bowie, alguns artistas ainda conseguem fazer algo novo. É o caso da cantora Cyndi Lauper, um dos nomes mais importantes dos anos 80 (que também serve de inspiração com seu visual e repertório dançante para as novas BADGIRLS). Cyndi mostra com seu novo trabalho que, um pouco de dedicação e talento são suficientes para fazer um disco ótimo sem muito esforço. Em seu novo álbum, ‘Memphis Blues’, a cantora arrisca algo novo: cantar blues com grandes nomes da cena como B.B. King e Jonny Lang. Sua voz estridente, que sempre cantou o pop dançante com o qual estamos acostumados, se arrisca em clássicos do gênero como ‘Crossroads’ e ‘How Blue Can YouGet?’, mostrando que ainda hoje é possível inovar, basta querer.  Uma combinação perfeita, vale a pena ouvir, já que há 25 anos átras não imaginaríamos uma Cyndi Lauper que cantasse Blues, por isso ela é uma artista fantástica!

Mulheres também fazem Blues

Nem só do talento masculino vive o Blues. O vocal e a genialidade feminina sempre fizeram parte do gênero. É claro que, em muitos casos, não com o mesmo destaque, mas com certeza sempre presentes, prontas para mostrar que também sabem fazer excelente Blues. Vou falar das duas mulheres mais importantes e polêmicas do cenário: 

Bessie Smith

Bessie Smith

 Bessie, assim como a maioria dos músicos negros do Blues e do Jazz, teve uma vida muito sofrida. Nascida em 15 de abril de 1894 no Tennessee, desde criança já ajudava a sustentar sua família trabalhando como artista de rua e depois cantando em bordéis. Em 1923 foi a Nova York para sua primeira gravação, assinando contrato com a Columbia Records. Depois disso, Bessie se consagrou como cantora de Blues, devido ao seu senso rítmico e a sua habilidade de improvisação, somando a tudo isso, uma voz perfeita. Ela ficou conhecida eternamente como a “Imperatriz do Blues”. São várias as histórias que envolvem seu nome. No início do século passado (entre 1910 e 1930) a repressão aos negros nos Estados Unidos era muito intensa, o que fez com que Bessie se envolvesse em milhares de conflitos em defesa do povo negro. Uma história famosa é a de que Bessie sozinha teria colocado para correr um grupo da Ku-Klux-Klan que queria impedir a realização de um evento de Jazz com músicos e público negro.  Foi este preconceito absurdo que levou a cantora à morte. Depois de sofrer um acidente de carro no Mississipi, no dia 26 de setembro de 1937, ela faleceu, aos 43 anos, porque não teve atendimento médico imediato, já que os hospitais da região não atendiam pessoas negras.  

Bessie Smith ficou conhecida como a cantora mais influente de sua época, não só no Blues, mas também no Jazz e, posteriormente no Rock and Roll. Uma história famosa é a da cantora Janis Joplin que em homenagem a Diva do Blues, mandou construir uma lápide para ela, já que quando Bessie Smith faleceu, seu ex-marido Jack Gee roubou todo o dinheiro arrecadado para seu enterro e ela foi enterrada em um túmulo sem nome. A “Imperatriz do Blues” também ficou famosa por outra causa: A igualdade sexual. Bessie defendia a igualdade sexual e o direito das mulheres. Muitos dizem que Bessie era bissexual assumida, o que para época deve ter causado muitos problemas e preconceitos para a cantora.  

na época em que Bessie Smith fazia seus espetáculos cantando nos bordéis, ela conheceu uma figura muito importante para sua carreira:  Ma Rainey a “Mãe do Blues”.   

  

   

Ma Rainey  

Ma Rainey, a "Mãe do Blues"

 Conhecida como “A mãe do Blues”, Ma Rainey é figura importantíssima na história do Blues. Nasceu Gertrude Malissa Nix Pridgett Rainey em 26 de abril de 1886 na Georgia e foi uma figura marcante no universo musical de sua época, começando sua carreira aos 14 anos. Foi uma das primeiras cantoras a se tornar profissional e a gravar suas próprias músicas.  

Além de toda a sua importância musical, Ma Rainey foi uma personalidade muito polêmica. Em 1904 se casou com um comediante do teatro, com quem teve 2 filhos. Bissexual, ela foi presa em 1925 em Chicago porque havia dado uma festa considerada pelas autoridades “indecente”, já que várias mulheres seminuas participavam da comemoração. Em 1928 Ma Rainey lançou uma canção que com certeza abalou a moralidade vigente na época: “Prove it on me Blues”, onde celebrava o lesbianismo.  

Morreu no dia 22 de dezembro de 1939, vitíma de um ataque cardíaco.  

  

   

   

   

Veja, Ouça e Sinta o Blues

Vários filmes foram feitos sobre o Blues ou que utilizam o estilo como trilha sonora. Não poderia deixar de citar dois filmes que são imprescindíveis para quem gosta do gênero ou para quem quer entender um pouco mais porque o Blues é tão sentimental, melancólico e essêncial.

A Encruzilhada (Crossroads)

Este filme é um dos melhores já produzidos sobre Blues. Inspirado na história de Robert Johnson e de como ele teria vendido sua alma ao diabo para tocar guitarra. Um estudante de  música com formação clássica, encontra a ajuda de um bluesman já idoso na busca pelas músicas de Robert Johnson. Uma das melhores performances de Ralph Macchio. Além da ótima trilha sonora de Ry Cooder, o filme também conta com a participação do renomado guitarrista Steve Vai, que tem uma cena espetácular no final do filme, fazendo um duelo de guitarras com o personagem de Ralph Macchio. Álias, uma curiosidade é que o som que sai da guitarra de Ralph na verdade é feito por Ry Cooder.

Entre o Céu e o Inferno (Black Snake Moan)

Samuel L. Jackson interpréta Lazarus, um músico de Blues que é abandonado pela mulher e que vive solitário. Em um belo dia ele encontra Rae (Christina Ricci) jogada em uma estrada após ter sido espancada. Ele cuida dela e descobre que terá muitos problemas, pois a moça além de ser drogada também é ninfomaníaca, o que faz com que Lazarus a amarre com correntes para que ela não fuja e se recupere, até o seu namorado Ronnie (Justin Timberlake) voltar do exército. Um filme emocionante, marcado com dramas pessoais, amor, amizade e sofrimento, tudo regado ao bom e velho Blues.

Conheça Robert Johnson, O diabo do Blues

Robert Leroy Johnson foi um dos maiores músicos não só do Blues, mas que o mundo da música já ouviu falar. Ele se tornou referência no Blues e para  músicos como Muddy Waters e Eric Clapton. Robert Johnson gravou poucas músicas, em torno de 29, as quais fora gravadas entre 1936 e 1937. Muitas delas foram regravadas por artistas como Red Hot Chilli Peppers, Rolling Stones e White Stripes. O artista também ajudou a consagrar o famoso formato de 12 compassos.

Ele nasceu no Mississipi, segundo alguns em 8 de maio de 1911, mas não se tem certeza desta data, já que já foram encontradas várias datas distintas em documentos do cantor e guitarrista.

Mas Robert Johnson não é famoso só por sua genialidade musical, muitos mistérios cercaram sua vida. Uma história famosa é a de que Robert teria vendido sua alma para o  diabo na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em Clarksdale para tocar guitarra, daí a sua habilidade. Outro mistério é a sua morte. Diz a lenda que ele bebeu um Whisky envenenado por um marido ciumento, que achava que Robert estava tendo um caso com a mulher dele. O fato ocorreu no bar  “Tree Forks” em 1938. R. Johnson se recuperou do envenenamento mas faleceu no dia 16 de agosto de pneumonia, 3 dias depois do envenenamento. Essa é uma das teorias, já que outras dizem que ele pode ter morrido de sífilis ou até assassinado, pois em seu atestado de óbito, a causa da morte não foi identificada.

Robert Johnson deixou grandes músicas para que fossem ouvidas e executadas por várias gerações, entre elas “Crossroads Blues”, “Me And The Devil Blues” e “Hellhound On My Trail”.

Robert influênciou vários cantores nas décadas seguintes de sua morte, inclusive o Blues de Chicago e o Rock dos nossos dias e continuará influenciando muitas outras gerações.

Antes de ouvir uma música de Robert Johnson é preciso levar em conta as tecnologias de gravações vigentes na época, que nem se comparam as de hoje. Com certeza o som não é digital e nem remasterizado, mas é um música que emociona, feita com os sentimentos de uma pessoa que tinha algo a nos dizer e que, dificilmente, não o fará refletir sobre o que é “Música de verdade”.

Me And The Devil Blues

 Early this mornin’
when you knocked upon my door
Early this mornin’, ooh
when you knocked upon my door
And I said, “Hello, Satan,”
I believe it’s time to go.”

Me and the Devil
was walkin’ side by side
Me and the Devil, ooh
was walkin’ side by side
And I’m goin’ to beat my woman
until I get satisfied

She say you don’t see why
that you will dog me ‘round
spoken: Now, babe, you know you ain’t doin’ me
right, don’cha
She say you don’t see why, ooh
that you will dog me ‘round
It must-a be that old evil spirit
so deep down in the ground

You may bury my body
down by the highway side
spoken: Baby, I don’t care where you bury my
body when I’m dead and gone
You may bury my body, ooh
down by the highway side
So my old evil spirit
can catch a Greyhound bus and ride

 

Blues – Música feita com a alma

Bluesman

Assim como todos os estilos musicais e a boa música, o Blues é feito com o coração. Mas com certeza nenhum outro estilo possui tanto sentimento, tanta história sobre o sofrimento humano como este! As melhores canções já feitas na história da música moderna e contemporânea falam de diversos assuntos: Amor, amizade, alegrias e tristezas, problemas sociais, coisas do cotidiano. Mas o Blues vai muito além disso. É uma música feita para expressar todo o sofrimento, toda a saudade, toda a dor que uma pessoa é capaz de sentir. E essa principal característica está na sua origem.

O Blues surgiu em meados de 1690 no Sul  dos Estados Unidos, na região do Mississipi, Alabama, Georgia, Lousiana e New Orleans. O estilo foi criado pelos negros que vinham do continente africano como escravos. Pessoas que eram arrancadas do seu país, de suas famílias e de suas vidas para serem escravizadas e servirem de mão-de-obra nas lavouras de algodão, milho e tabaco. Tanto sofrimento e a busca pela liberdade foram convertidos em música, nascendo assim o Blues, que ajudava os escravos à agüentar o trabalho árduo nas plantações. Uma mistura de música religiosa (Muitas vezes denominada Spiritual), cantada em língua nativa africana e, com o tempo, em uma mistura de dialetos oriundos da África e do idioma inglês. Essa foi a forma encontrada pelo povo africano de expressar o sofrimento e a saudade que sentiam, já que sua cultura era reprimida de todas as formas possíveis. O Blues é uma música humana, muitas vezes cantada apenas a capela. O banjo era o principal instrumento do Bluesman, depois de sua voz. Mas a guitarra elétrica, o violão e os instrumentos de percussão de origem africana são elementos essenciais para a concepção do Blues, assim como o piano, o trombone, a bateria, o baixo, o saxofone e o trompete.  Com anos de assimilação da cultura branca, o estilo foi se modificando e adaptando-se, passando assim a ser uma música americana, feita por negros e cada vez mais apreciada e adorada no mundo todo.

O mais importante de tudo no Blues é que a música seja interpretada e cantada com o coração. O estilo influenciou a maioria dos gêneros musicais, principalmente o Jazz, o Soul, o rhythm and blues, o country e o Rock and Roll.

Charley Patton

Desde seu surgimento, vários intérpretes se consagraram tocando e cantando Blues. Um dos primeiros foi Charley Patton (01/05/1891- 28/04/1934) que em meados de 1920 era conhecido como o pai do “Delta Blues”, uma das vertentes do Blues e até hoje é considerado um dos maiores músicos dos estados Unidos. Muitos outros nomes também se consagraram: Willie Brown, Tommy Johnson, Son House, Leroy Carr, Silvester Weaver, Blind Willie Johnson e Bo Carter.

Assim como a maioria dos estilos musicais, o Blues possui vários subgêneros, sendo os principais: Piano blues, Country blues, Electric blues, Delta blues, e Jump blues.

Um fato importante a ser ressaltado foi a migração de músicos e negros do sul dos Estados Unidos para Chicago em meados de 1940. Eles fugiam da repressão que sofriam e buscavam uma nova oportunidade para tentar ganhar a vida. Foi nesta época que o Blues começou a usar a eletricidade em suas músicas. Um dos principais músicos desta época foi Muddy Waters, primeiro músico a eletrificar a sua banda e um dos nomes mais conhecidos do Blues, juntamente com Robert Johnson. Muitos outros músicos importantes surgiram neste período: Willie Dixon, Howlin’ Wolf, T-Bone Walker, John Lee Hooker e claro, B.B. King.