Quem nunca ouviu a música do grupo “Cordel do Fogo Encantado” não sabe o que está perdendo. Eles são uma mistura perfeita de música e teatro, tudo feito com a cara e o som do Brasil.
O grupo formado por José Paes de Lira (Voz), Clayton Barros (violã0), Emerson Calado (percussão), Nego Henrique (percussão) e Rafa Almeida (percussão), é da cidade de Arcoverde, Pernambuco e se formou em 1997 . Uma mistura fantástica de poesia, teatro, rock, percussão, tambores africanos, tudo isso temperado com aquele delicioso som regional, da viola e das rimas de cordel.
O sucesso no início era limitado, alguns shows aqui e outros ali! Mas não demorou muito para que a música do Cordel ganhasse fãs em todo o país. O primeiro cd foi gravado em 2001 e levava o nome da banda. O segundo disco veio em 2002, chamado “O Palhaço do Circo Sem Futuro”, conquistando muitos prêmios e fama em outros países como França, Alemanha e Bélgica. Em 2006, foi a vez de lançar “Transfiguração”. A previsão é de que o novo disco chamado “Brevíssimo Estudo Sobre a Interlândia”, saia até julho deste ano de 2010.
O Cordel do Fogo Encantado fez sucesso também no cinema, principalmente no filme de Guel Arraes “Lisbela e o Prisioneiro”, onde a múica “O Amor é Filme” faz parte da trilha sonora. Participaram também de “Deus é Brasileiro” de Cacá Diegues e de “Árido Movie”.
Música do sertanejo, do índio, do africano. o árido sertão toma vida e leva ao mundo a poesia de grandes mestres desconhecidos de alguns e adorados por muitos! Com eles, tudo se funde e vira um espetáculo encantador, difícil não apreciar!
O Cordel
Segundo a Wikipedia, cordel é:
Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
Ai Se Sêsse (Zé da Luz)
Se um dia nóis se gostasse
Se um dia nóis se queresse
Se nóis dois se empareasse
Se juntim nóis dois vivesse
Se juntim nóis dois morasse
Se juntim nóis dois drumisse
Se juntim nóis dois morresse
Se pro céu nóis assubisse
Mas porém se acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nóis dois ficasse
Tarvês que nóis dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse